sábado, 7 de novembro de 2015

A Idade dos Metais




A Idade dos Metais começou no final do Período Neolítico da nossa história, ou no final do Período da Pedra Polida, e foi marcada pelo início da fabricação das ferramentas, armas e utensílios de metal. Nesta época tivemos a criação das grandes aldeias e a construção das primeiras cidades da antiguidade. 
Também tivemos o início das primeiras guerras pelo controle das melhores pastagens, das áreas mais férteis e disputas pelas riquezas minerais.
Os primeiros metais a serem usados pelo homem foram aqueles que ele podia encontrar com mais abundância na natureza e também aqueles que mais o atraiam, pela sua beleza e raridade. O ouro, sem dúvida, foi um dos primeiro metais a ser usado, tanto para a confecção de joias como para fazer objetos de decoração. 
O ouro, como também a prata, eram metais valiosos por causa da sua raridade, beleza e facilidade para serem moldados. Assim, logo tornaram-se um bom meio para fazer as trocas e uma maneira prática de armazenar riquezas. Os trabalhos com o ouro começaram por volta de 8.500 anos atrás.
Os primeiros metais a serem trabalhados pelo homem foram o ouro, a prata, o cobre, o chumbo e o estanho, pela facilidade com que os seus minerais podiam ser encontrados na natureza. Os primeiros pregos, moldados com o cobre e o bronze, foram usados na construção das casas e dos barcos, usados durante o final do período neolítico, que também coincidiu com o aparecimento da escrita, inventada pelos sumérios à cerca de 3.500 anos antes de Cristo (AC).
Na Eurásia (Europa + Ásia), a Idade dos Metais se subdivide em Idade do Cobre, Idade do Bronze e Idade do Ferro. Com a fundição dos metais, o homem teve condições de produzir instrumentos bem mais eficazes para o seu cultivo agrícola, o preparo dos alimentos, o corte de árvores, a marcenaria, a prática da caça e também para fazer a guerra!
O controle e a defesa dos territórios e das áreas agrícolas ocasionaram muitas disputas entre as grandes aldeias neolíticas, o que demandava a invenção de armas cada vez mais potentes e mortíferas! Os homens passaram a ter um comportamento mais guerreiro. As pontas das flechas e das lanças passaram a ser feitas com metal. 
As maiores aldeias passaram a adotar uma arquitetura voltada para a defesa e o combate, geralmente com a construção de grandes muralhas, em posições de difícil acesso, como no alto das montanhas, na beirada dos precipícios e em ilhas, no meio dos maiores lagos e rios da antiguidade.
A metalurgia do cobre começou por volta de 6.500 anos AC, e o cobre podia ser extraído de vários metais, tais como a malaquita, a calcopirita, etc. Era muito fácil de ser derretido, pois não exigia temperaturas muito altas e, posteriormente, era colocado nas formas para fazer o molde de vários objetos, como facas, pregos, fechaduras, pratos, vasos, pontas de flechas e lanças, machados, martelos, alicates, etc.
Mas, o cobre era pouco resistente e quebrava facilmente. A metalurgia do cobre começou quando os primeiros animais domesticados pelo homem, como o boi e o burro, começaram a serem usados para tração e transporte. Para aumentar a sua eficiência, os arreios começaram a ser produzidos com algumas peças de cobre.
Logo depois, o homem descobriu que colocando uma pequena quantidade de estanho no cobre derretido, na proporção de uns 10%, a mistura ficava bem mais dura e resistente, mas podia ser maleável também. Quanto mais estanho ele colocava, mais dura ia ficando a mistura. Para esta liga de minérios ele deu o nome de bronze. Estava inventada assim a metalurgia!
Por volta de 3.300 anos AC, os primeiros objetos de bronze logo começaram a ser produzidos. Foi mais ou menos nesta época que o homem começou a fazer novas invenções importantes como o arado, a roda, as velas para navegação fluvial, a moenda, o carro de boi, os carros de combate, etc. Também começou a produzir ferramentas mais resistentes como o machado de bronze, com o qual passou a derrubar as árvores das florestas, para abrir novas clareiras para o plantio de grãos. Com o aumento das safras agrícolas a população nas aldeias e cidades cresceu. Começou a aparecer a divisão do trabalho e as primeiras profissões liberais, tais como ferreiro, padeiro, pedreiro, escriba, pintor, escultor, pescador, etc. 
Algumas cidades começaram a fazer guerra com outras cidades para aprisionar escravos para trabalhar nas atividades mais difíceis. A sociedade tornou-se escravocrata e foi inventado o Estado, a quem competia controlar a forças armadas e dirigir as maiores obras nas grandes cidades, tais como aquedutos, estádios, teatros, palácios, templos, muralhas, estradas, armazéns, etc.
No Egito, a idade do bronze começou à cerca de 3.150 AC. Durante o início da Idade do Bronze, a cidade de Menfis transformou-se na capital e na maior cidade da Unificação do Baixo com o Alto Egito, que ocorreu em 3.150 AC. 
O estanho geralmente era extraído da cassiterita e fundido separadamente, em seguida é acrescentado ao cobre derretido. Mas, com o tempo, o estanho começou a acabar, na região do Mediterrâneo, obrigando os navegadores a irem buscá-lo cada vez mais longe. Isto encareceu o minério de estanho e prejudicou um pouco a metalurgia do bronze.
A metalurgia do ferro começou a cerca de 2.000 anos AC, mas ela já era conhecida à muito tempo. Muitos ferreiros usavam o ferro de alguns meteoritos que caiam na Terra. Porém, o ferro era um metal considerado de uso das “classes inferiores”, e poucos ferreiros conheciam as melhores técnicas para sua preparação, além de precisar de uma temperatura bem mais alta para ser produzido, o que somente é conseguido com o uso de foles que fornecem oxigênio para queimar uma mistura de carvão vegetal com o minério de ferro. Os minérios de ferro mais usados eram a hematita, a limonita e a magnetita.
A metalurgia do ferro requer uma técnica mais difícil de ser utilizada. Inicialmente são precisos dois fornos, um para fazer a laminação e outro para fazer a forja. Os foles precisam fornecer bastante oxigênio para proporcionar temperaturas mais altas e necessárias para derreter o minério junto com o carvão. Do cadinho o minério derretido escorre, com algumas impurezas, para os moldes em forma de lâminas. Depois, as lâminas são levadas, no estado incandescente, para o outro forno, onde devem ser mantidas incandescentes para serem forjadas na bigorna com o martelo do ferreiro. Muitas pancadas são necessárias para eliminar as impurezas e preparar uma massa homogênea, esponjosa e resistente!
Este processo de esquentar e bater o ferro resulta numa barra forjada dura e maleável. Mas, para a fabricação de armas cortantes, o ferro tem que ser resfriado bruscamente na água gelada, para mudar a sua estrutura molecular e ter uma melhor absorção do carbono vindo do carvão. Estes segredos eram guardados a “sete chaves” pelos ferreiros da antiguidade.
Os Hititas eram considerados os melhores forjadores de ferro da antiguidade e, depois que o Império Hitita foi derrotado, estes forjadores se espalharam pelo Oriente e difundiram os segredos da metalurgia do ferro por todo o Mediterrâneo Oriental.
O primeiro povo a desenvolver uma metalurgia do ferro mais eficaz foram os Hatitas, da cidade de Hattusha, na Anatólia, a mais de 2.000 anos AC. Mas, o hattitas eram vassalos dos assírios, que absorveram os seus conhecimentos e controlaram o comércio do ferro. Posteriormente, eles foram invadidos por povos que se apoderaram da sua capital e fundaram o Reino dos Hititas. Os hititas detiveram o controle do comércio do ferro por muito tempo no Oriente Médio.
Na Índia, no Vale do Rio Ganges, já se praticava a metalurgia do ferro desde 1.800 AC. Por volta de 1.200 AC, alguns povos indo-europeus começaram a chegar na Europa Ocidental com algumas técnicas diferentes para a metalurgia do ferro. Eles sabiam que outros minerais podiam ser acrescentados à mistura, de carvão com minério de ferro, para tornar a liga mais leve, ou mais resistente. Também na África, na Nigéria, por volta de 1.100 AC, a cultura Nok começou a desenvolver outras técnicas para a fundição e a forja do minério de ferro.
Na América do Sul, os incas ainda não tinham desenvolvido o uso das carroças com rodas, mas já sabiam muito bem produzir os seus objetos de metal.