A Idade dos Metais
começou no final do Período Neolítico da nossa história, ou no final do Período
da Pedra Polida, e foi marcada pelo início da fabricação das ferramentas, armas
e utensílios de metal. Nesta época tivemos a criação das grandes aldeias e a
construção das primeiras cidades da antiguidade.
Também tivemos o início das
primeiras guerras pelo controle das melhores pastagens, das áreas mais férteis
e disputas pelas riquezas minerais.
Os primeiros metais a
serem usados pelo homem foram aqueles que ele podia encontrar com mais
abundância na natureza e também aqueles que mais o atraiam, pela sua beleza e
raridade. O ouro, sem dúvida, foi um dos primeiro metais a ser usado, tanto
para a confecção de joias como para fazer objetos de decoração.
O ouro, como
também a prata, eram metais valiosos por causa da sua raridade, beleza e
facilidade para serem moldados. Assim, logo tornaram-se um bom meio para fazer as
trocas e uma maneira prática de armazenar riquezas. Os trabalhos com o ouro
começaram por volta de 8.500 anos atrás.
Os primeiros metais a
serem trabalhados pelo homem foram o ouro, a prata, o cobre, o chumbo e o
estanho, pela facilidade com que os seus minerais podiam ser encontrados na
natureza. Os primeiros pregos, moldados com o cobre e o bronze, foram usados na
construção das casas e dos barcos, usados durante o final do período neolítico,
que também coincidiu com o aparecimento da escrita, inventada pelos sumérios à
cerca de 3.500 anos antes de Cristo (AC).
Na Eurásia (Europa +
Ásia), a Idade dos Metais se subdivide em Idade do Cobre, Idade do Bronze e
Idade do Ferro. Com a fundição dos metais, o homem teve condições de produzir
instrumentos bem mais eficazes para o seu cultivo agrícola, o preparo dos
alimentos, o corte de árvores, a marcenaria, a prática da caça e também para
fazer a guerra!
O controle e a defesa
dos territórios e das áreas agrícolas ocasionaram muitas disputas entre as
grandes aldeias neolíticas, o que demandava a invenção de armas cada vez mais
potentes e mortíferas! Os homens passaram a ter um comportamento mais
guerreiro. As pontas das flechas e das lanças passaram a ser feitas com metal.
As maiores aldeias passaram a adotar uma arquitetura voltada para a defesa e o
combate, geralmente com a construção de grandes muralhas, em posições de
difícil acesso, como no alto das montanhas, na beirada dos precipícios e em
ilhas, no meio dos maiores lagos e rios da antiguidade.
A metalurgia do cobre
começou por volta de 6.500 anos AC, e o cobre podia ser extraído de vários
metais, tais como a malaquita, a calcopirita, etc. Era muito fácil de ser
derretido, pois não exigia temperaturas muito altas e, posteriormente, era
colocado nas formas para fazer o molde de vários objetos, como facas, pregos,
fechaduras, pratos, vasos, pontas de flechas e lanças, machados, martelos, alicates,
etc.
Mas, o cobre era pouco resistente e quebrava facilmente. A metalurgia do cobre começou
quando os primeiros animais domesticados pelo homem, como o boi e o burro,
começaram a serem usados para tração e transporte. Para aumentar a sua
eficiência, os arreios começaram a ser produzidos com algumas peças de cobre.
Logo depois, o homem
descobriu que colocando uma pequena quantidade de estanho no cobre derretido,
na proporção de uns 10%, a mistura ficava bem mais dura e resistente, mas podia
ser maleável também. Quanto mais estanho ele colocava, mais dura ia ficando a
mistura. Para esta liga de minérios ele deu o nome de bronze. Estava inventada
assim a metalurgia!
Por volta de 3.300 anos
AC, os primeiros objetos de bronze logo começaram a ser produzidos. Foi mais ou
menos nesta época que o homem começou a fazer novas invenções importantes como
o arado, a roda, as velas para navegação fluvial, a moenda, o carro de boi, os
carros de combate, etc. Também começou a produzir ferramentas mais resistentes
como o machado de bronze, com o qual passou a derrubar as árvores das florestas,
para abrir novas clareiras para o plantio de grãos. Com o aumento das safras
agrícolas a população nas aldeias e cidades cresceu. Começou a aparecer a
divisão do trabalho e as primeiras profissões liberais, tais como ferreiro,
padeiro, pedreiro, escriba, pintor, escultor, pescador, etc.
Algumas cidades
começaram a fazer guerra com outras cidades para aprisionar escravos para
trabalhar nas atividades mais difíceis. A sociedade tornou-se escravocrata e
foi inventado o Estado, a quem competia controlar a forças armadas e dirigir as
maiores obras nas grandes cidades, tais como aquedutos, estádios, teatros,
palácios, templos, muralhas, estradas, armazéns, etc.
No Egito, a idade do
bronze começou à cerca de 3.150 AC. Durante o início da Idade do Bronze, a
cidade de Menfis transformou-se na capital e na maior cidade da Unificação do
Baixo com o Alto Egito, que ocorreu em 3.150 AC.
O estanho geralmente era
extraído da cassiterita e fundido separadamente, em seguida é acrescentado ao
cobre derretido. Mas, com o tempo, o estanho começou a acabar, na região do
Mediterrâneo, obrigando os navegadores a irem buscá-lo cada vez mais longe.
Isto encareceu o minério de estanho e prejudicou um pouco a metalurgia do
bronze.
A metalurgia do ferro começou
a cerca de 2.000 anos AC, mas ela já era conhecida à muito tempo. Muitos
ferreiros usavam o ferro de alguns meteoritos que caiam na Terra. Porém, o
ferro era um metal considerado de uso das “classes inferiores”, e poucos
ferreiros conheciam as melhores técnicas para sua preparação, além de precisar
de uma temperatura bem mais alta para ser produzido, o que somente é conseguido
com o uso de foles que fornecem oxigênio para queimar uma mistura de carvão
vegetal com o minério de ferro. Os minérios de ferro mais usados eram a
hematita, a limonita e a magnetita.
A metalurgia do ferro
requer uma técnica mais difícil de ser utilizada. Inicialmente são precisos
dois fornos, um para fazer a laminação e outro para fazer a forja. Os foles
precisam fornecer bastante oxigênio para proporcionar temperaturas mais altas e
necessárias para derreter o minério junto com o carvão. Do cadinho o minério
derretido escorre, com algumas impurezas, para os moldes em forma de lâminas.
Depois, as lâminas são levadas, no estado incandescente, para o outro forno,
onde devem ser mantidas incandescentes para serem forjadas na bigorna com o
martelo do ferreiro. Muitas pancadas são necessárias para eliminar as impurezas
e preparar uma massa homogênea, esponjosa e resistente!
Este processo de
esquentar e bater o ferro resulta numa barra forjada dura e maleável. Mas, para
a fabricação de armas cortantes, o ferro tem que ser resfriado bruscamente na
água gelada, para mudar a sua estrutura molecular e ter uma melhor absorção do
carbono vindo do carvão. Estes segredos eram guardados a “sete chaves” pelos
ferreiros da antiguidade.
Os Hititas eram
considerados os melhores forjadores de ferro da antiguidade e, depois que o
Império Hitita foi derrotado, estes forjadores se espalharam pelo Oriente e
difundiram os segredos da metalurgia do ferro por todo o Mediterrâneo Oriental.
O primeiro povo a
desenvolver uma metalurgia do ferro mais eficaz foram os Hatitas, da cidade de
Hattusha, na Anatólia, a mais de 2.000 anos AC. Mas, o hattitas eram vassalos
dos assírios, que absorveram os seus conhecimentos e controlaram o comércio do
ferro. Posteriormente, eles foram invadidos por povos que se apoderaram da sua
capital e fundaram o Reino dos Hititas. Os hititas detiveram o controle do
comércio do ferro por muito tempo no Oriente Médio.
Na Índia, no Vale do Rio
Ganges, já se praticava a metalurgia do ferro desde 1.800 AC. Por volta de
1.200 AC, alguns povos indo-europeus começaram a chegar na Europa Ocidental com
algumas técnicas diferentes para a metalurgia do ferro. Eles sabiam que outros
minerais podiam ser acrescentados à mistura, de carvão com minério de ferro,
para tornar a liga mais leve, ou mais resistente. Também na África, na Nigéria,
por volta de 1.100 AC, a cultura Nok começou a desenvolver outras técnicas para
a fundição e a forja do minério de ferro.
Na América do Sul, os incas ainda não tinham desenvolvido o uso das carroças com rodas, mas já sabiam muito bem produzir os seus objetos de metal.